Ao destino ninguém foge: vai cumprir-se o ideal - um tempo novo paira...
06
Abr 12
publicado por José Carlos Silva, às 13:46link do post | comentar

Há indivíduos que têm a capacidade mágica de passar entre os intervalos da chuva. Façam o que fizerem, nunca se molham. O socratismo está (está, e não estava) cheio destes seres mitológicos, metade homo sapiens, metade substâncias-gasosas-que-desafiam-as-leis-da-física. O socratismo é composto por Elfos e fadas, é o que é. E devo confessar que a minha fada favorita é Paulo Campos. Depois do que fez, este indivíduo devia estar debaixo de uma pedra algures em Gondor, ou então a gozar um exílio em Camelot. Mas nada disso aconteceu. Depois de oferecer milhões e milhões de euros à Mota-Engil & Cia em vários negócios inexplicáveis do ponto de vista do erário público, este indivíduo continua entre nós.

Aliás, este indivíduo anda pelo parlamento, onde, de vez em quando, levanta o dedinho para defender a sua honra. A sua honra, repito. Que bonito. Quando pede para defender a sua honra, calculo que Paulo Campo ouve, no seu íntimo, a música épica do Gladiador. Confesso que isto me emociona. E repare-se ainda neste pormenor igualmente épico e enternecedor: Paulo Campos, metade socialista, metade fada, está sempre a rir, está sempre com um riso de superioridade, como se fosse um mago da matemática, qual Merlin do Rato. Confesso que isto até tem piada: um indivíduo que não sabe fazer contas (a única explicação para os negócios que fez) olha para os outros deputados como se fosse um Einstein. E nós? Onde é que nós ficamos nesta história? Nós continuamos a pagar impostos destinados ao financimento da Mota-Engil & demais fauna do alcatrão. Pior ainda: os nossos filhos também pagarão a conta da fada Campos, se nada for feito entretanto.

É por isso uma boa notícia a investigação parlamentar à renegociação das concessões das ex-SCUT. Eu, como contribuinte e cidadão, exijo saber uma coisa: por que razão estradas que não tinham encargos para o Estado passaram a significar uma despesa pública de milhões e milhões de euros em benefício das construtoras do costume? Porquê? Com uma simples assinatura, Paulo Campos e Sócrates retiraram milhões do nosso tesouro público para benefício das concessionárias do costume. Porquê? Será que o Estado Social dependia destes cheques endereçados às constructoras? Será que Paulo Campos chegou a secretário de Estado sem saber fazer contas? Bom, já vi coisas mais improváveis, como, por exemplo, esta casta especial de seres mitológicos que consegue passar entre os intervalos da chuva. E pensar que estes génios, semi-carnais, semi-gasosos, governaram o país durante sete anos. Puxa, depois deste consulado mitológico, Portugal já deve ser uma Camelot, uma Rivendell ou coisa assim.

 

Henrique Raposo
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