Quando se parte para uma cruzada há diversas conquistas. Podem enumerar-se de diferentes formas e maneiras conexas e desconexas, mas são sempre conquistas. Por incrível que possa parecer até mesmo o encontro do muro de silêncio, a incompreensão do silêncio, a negação do silêncio, o desvirtuamento da verdade, tornam-se na maior afirmação da própria verdade.
É generalizado dizer-se entre o nosso povo: «Quem cala consente.» Daí a Verdade embrulhada num cristalino silêncio serve na perfeição. Pois ninguém desconhece o ser das coisas e daí saber a razão das mesmas.
Há também um ditado popular que baila nos lábios do povo e é muito popular, cito de memória, julgo que reza assim: «A justiça tarda, mas não demora.». Concordo. Porque este mundo – neste mundo – a água não pode deslizar eternamente para o mesmo rio e o sol não pode brilhar sempre nas mesmas searas.
Há também aqueles que fazem o caminho de profetas e passeiam os olhos pelas leis dos homens e, quiçá, dos poetas, mas esquecem as leis da Verdade, da Equidade e da Esperança. Querendo aparentar um ar de cordeiros quando mais não são que meros lobos.
Há silêncios que são confissões da verdade. Nunca pensaram? Claro que não. Estes cruzadores do antigamente habituados a curtos espaços e de fácil manejo, ausentes das redes sociais e afins, libertos disto e daquilo, habituados a assobiar para o lado, a pressionar aqui e ali e tudo deslizava como se o mundo fosse um perpétuo encantamento.
Agora não. Surgiram uns cruzadores. Uns Cruzadores de Última Geração, que chateiam qualquer um, sem aviso prévio, sem nada e sem porquê… Uma chatice! E agora? Agora…E quem segura estes cruzadores modernos?
Não é fácil. Dificilmente aparecem voluntários. Sabem a razão? As razões?
Uns não querem dar a cara. Não se querem queimar. Os lugares. As listas. Ser bons rapazes. Ser boas raparigas. Estão a ver a coisa. As terras são pequenas. Cruzam-se na rua. Tudo se sabe. Tudo é comentado. Este é pai, tio, primo, sobrinho, avô, bisavô, enteado, padrinho, namorado, amigo, amigo do amigo, etc. etc. E depois não dá jeito. E dá trabalho. Depois, sabem lá, a vida dá tanta volta, podem precisar de um favorzito…. A vida dá tantas voltas. E não sabem quem será vencedor! A ver vamos… Pensam! É uma suposição. Pode ser assim. Pode ser assado. É? Não é? E outros nem estão para se chatear.
Mas que ninguém se iluda. Como costumava dizer-me um velhinho que, por acaso, era moleiro e foi das pessoas que mais admirei: «Nunca esqueças, toma nota, os políticos podem pensar o que quiserem, mas estão redondamente enganados: o povo não é ESTÚPIDO, até Salazar o sabia.»