Ao destino ninguém foge: vai cumprir-se o ideal - um tempo novo paira...
02
Ago 15
publicado por José Carlos Silva, às 12:19link do post | comentar

Eu esperava pelo primeiro fim-de-semana de agosto como quem espera por Deus. Eu sabia que nesse sábado e domingo acontecia a festa em honra de Sant’ Ana. Para mim era um momento de grande alegria. Eu nasci e vivi em Romariz, um lugar da freguesia de Meinedo, do concelho de Lousada, quase trinta anos. A capela de Sant’ Ana, também conhecida como da Pedra desde o séc. XVIII, dizia-me adeus fixa às suas penedias. Eu gostava de presenciar a colocação das bandeiras: do monte de Santana até à casa da quinta com o mesmo nome. Eu gostava de presenciar a construção do bazar em madeira, onde se acadimavam as prendas que depois iriam ser leiloadas. Eu gostava de presenciar a construção do palco, aonde atuariam o rancho e o conjunto típico. Eu gostava de presenciar a instalação das luzinhas multicores. Era o que mais eu gostava, talvez por serem multicores e me lembrarem o céu.

O mais importante eram os altifalantes. Sem eles não havia festa. Os altifalantes faziam a festa. Difundiam a música e dedicavam discos às pessoas, um facto muito apreciado. E havia os foguetes, sinal de festa e alegria. Sem eles também não havia festa. Por últimos, os tamborileiros, que percorriam a freguesia lembrando a existência da festa.

No sábado lavava-se o rosto ao monte e caminhos de acesso à capela e ornamentava-se tudo com as bandeiras multicolores. Ao fim da tarde começavam a instalar-se as barraquitas de quinquilharia, de comes e bebes e pouco mais.

Adorava ver aquilo tudo.

A noitada era pequenina, simbólica. Um estouro de duas dúzias de foguetes, com lágrimas, à meia-noite e estava tudo acabado. Que lindo! Para mim era tudo um sonho, um mundo encantado!

Contava seis, sete ou oito anos!...

No domingo, de manhã. Era o tempo da missa solene, presidida pelo padre Meireles, que fazia sempre um belo sermão – de fazer chorar a alma mais negra.

Alma lavada, emoções esquecidas, regueifa e uvas compradas, ala que se fazia tarde - o cabrito assado e o arroz no forno estavam à espera. E a meio da tarde, a Procissão Solene. Depois assistia-se ao despique da venda das prendas no bazar. Comprava-se umas cavacas, uns rosquilhos, antes do regresso a casa, mas não se arredava pé dali sem ver o rancho a fechar a festa.

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E depois jantava-se sob a frescura da ramada na amenidade das conversas e da algazarra alegre das crianças e tudo se suspendia para olhar o fogo-de-artifício que encerrava as Festas da minha Padroeira, que para mim foram (são) sempre espetaculares e me remetem para um mundo de imensa saudade.

Que tempo tão belo! Que saudade!

José Carlos Silva


01
Mai 10
publicado por José Carlos Silva, às 19:30link do post | comentar

Foram belos momentos, interessantes, que ficam gravados na memória de cada e de todos e se tornam património colectivo de um passado que se recorda ano após ano, tendo sido o terceiro.

Cedo foram aparecendo ao Parque de Jogos de Romariz as «Velhas Glórias» que deram corpo à Associação Cultural, Recreativa e  Desportiva,  actual Futebol Clube de Romariz, para de seguida recordarem os velhos tempos em que corriam atrás de uma bola de trapos, de borracha ou de couro na recta de Romariz (Meinedo - Lousada) - o melhor campo de futebol existente na freguesia e arredores daquele tempo (década de sessenta e setenta do século vinte). Pequenos e graúdos ali disputaram notáveis campeonatos de futebol.

Houve tempo para uns toques na bola, jogar à malha, às cartas e contar velhas histórias. E o mais interessante e importante de tudo foi o salutar convívio que juntou à mesa antigos distintos craques do «Futebol Clube de Romariz» e algumas das suas esposas.

Salutar momento.  Importante: uma nova equipa já está indigitada para organizar o próximo. Excelente!

 


publicado por José Carlos Silva, às 00:47link do post | comentar

Com seis, sete, oito e mais anos, perdia-me na recta de Romariz (freguesia de Meinedo - Lousada) atrás de uma bola, fosse ela de trapos, de borracha ou de couro. Já lá vão mais de quarenta anos.

Mais novos ou mais velhos deleitavam-se nesse prazer que sempre cativou multidões.

Naquele tempo, 1969, 1970, 1971, e anos seguintes até ao 25 de Abril, a recta de Romariz era percorrida por um automóvel de hora em hora, quando era. Daí ser o melhor campo de futebol do lugar, e da freguesia.

Mal nascia a Primavera, mas, principalmente a partir do início do Verão - com os dias mais longos -, decorriam ali verdadeiros campeonatos de futebol.  Foi desta juventude que correu atrás de uma bola de futebol na recta de Romariz, no Campo das Saídas e outros locais improvisados, que viria a constituir-se o embrião que deu corpo  à Associação Cultural, Recreativa e Desportiva, actual Futebol Clube de Romariz.

 

Hoje, vão reunir-se em salutar confraternização, pelo terceiro ano consecutivo, para recordarem peripécias do passado, estreitando amizade que desde sempre os une.

 


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Tão querido :')Beijinhos
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