Há quarenta anos vim de Meinedo a Lousada fazer o EXAME DA 4ª Classe. A escola situava-se no centro da Vila, ao lado dos Bombeiros Voluntários, hoje Biblioteca Municipal.
Governava Marcelo Caetano, vigorava o Estado Novo, e ninguém discutia: os alunos da 4ª Classe deslocavam-se à Vila de Lousada e ali mostravam o seu saber.
Não havia direito a mas nem meio mas, era obrigatório, cumpria-se e ponto final.
Passaram-se 40 anos. Veio a Liberdade. Veio a Democracia. E ainda bem.
Na verdade passou-se do 8 para o 80.
Agora, 40 anos depois, de repente, passou-se do 80 para o 8. Se qualquer pré-aviso, sem aviso, sem festinha ou festa, sem massagem, sem piscar de olhos, sem palmadinha nas costas, sem palavrinha meiga, sem sorriso, sem nada. Determinou-se, decretou-se, despachou-se, fez-se, mandou-se, diz-se, determinou-se, exigiu-se: faça-se. E vai fazer-se.
E os alunos do 4º Ano deste país, todos os alunos, vão fazer exame. Assim, de repente.
Os alunos andam num frenesim. Os pais andam num frenesim. Todos os envolvidos andam num frenesim. Este ano tudo mudou: os alunos vão fazer exame à Escola Sede do Agrupamento. Tal como eu há 40 anos tive que me deslocar à Sede da Vila!
A ansiedade é muita. Depois é todo um conjunto de outras circunstâncias que se lhe aditam.
Por último: o senhor ministro espera uns resultados medianos, sofríveis ou bons, muito bons ou excelentes?
É bom que se comece a mentalizar: espera-o fracos resultados.