Em Santa Marinha de Lodares o Padre Joaquim Maia comemorou a novel data da Titular da Paróquia com a celebração solene de uma missa, ato que orgulhou todos os seus paroquianos. Lodares agradece-lhe o ato e venera a sua padoreira: Santa Marinha. No final os bombos de Lodares honraram a padroeira e a noite iluminou-se em sorrisos, tal a espetacularidade da sessão de fogo de artifício que a Comissão de Festa de Santa Isabel, penhoradamente, maravilhou Santa Marinha e os Lodarenses. Parabéns Mãe de Deus e Nossa Mãe.
A Lenda
«Diz a tradição que eram oito irmãs gémeas: Basília, Eufêmia; Genebra; Liberata (também conhecida como Vilgeforte); Marciana; Marinha; Quitéria e Vitória, nascidas na cidade de Braga, no ano de 120, filhas de um casal de pagãos, Calcia, e de um oficial romano, Lúcio Caio, régulo de Braga, o qual, quando elas nasceram estaria ausente da cidade. Como na cidade ninguém acreditava que as gémeas pudessem ser filhas do mesmo pai, o acontecimento causou enorme embaraço à mãe que, teria encarregado a parteira de as afogar. Em vez disso a mulher, que era Cristã, levou-as ao Arcebispo para que as baptizasse e lhes desse destino. Foram então entregues a amas cristãs, crescendo e vivendo perto umas das outras, até aos 10 anos de idade.
Por esse tempo, o César romano ordenou a perseguição aos cristãos na Península Ibérica e nessa perseguição, os soldados viriam a descobrir as gémeas, que foram detidas, sendo levadas à presença do régulo. Este acabou por constatar que elas, afinal, eram suas filhas e quis convencê-las a renunciar à sua fé e a abraçar o paganismo.
Diz a lenda que Santa Marinha por ser muito formosa, seu pai prometeu-a a um alto funcionário, mas esta recusou-se obstinadamente a casar para não abjurar da sua fé, nem sacrificar o tálamo virginal. Naqueles tempos, recusar casório equivalia a uma sentença de morte, e face à sua resistência, mandou que junto com as suas irmãs ficassem enclausuradas no Palácio.
Sucedeu que as prisioneiras durante a noite, por intervenção sobrenatural ou com a ajuda da própria mãe, lograram alcançar a liberdade. Todavia, Santa Marinha, teria sido apanhada e condenada à morte. Tudo suportou: açoites, carnes golpeadas com pentes de ferro, as costas e peitos queimados com ferros em brasa, metida numa fornalha em chamas, sendo então degolada em 18 de Julho de 130.
Por ser demasiado lendária a sua história e por tal se duvidar da sua existência, a segunda e definitiva morte ocorreu séculos depois. Segundo reza a segunda versão, Santa Marinha nascera nos idos séculos III ou IV, lá para os lados da província romana da Síria e para evitar o ultraje contra a sua fé, mas acima de tudo contra a sua pureza virginal, atirou-se do telhado do palácio e caiu num fosso onde estava um dragão, porém, armada da fé, duma cruz e duma espada, venceu e derrotou o demónio. Escapou ao demónio, mas caiu nas vis garras do governador romano, em cujas mãos padeceu martírios sem conta e cruel morte. Seja como fôr, ganhou a merecida palma do martírio e de Santa e castíssima Virgem.»