Ao destino ninguém foge: vai cumprir-se o ideal - um tempo novo paira...
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Nov 11
publicado por José Carlos Silva, às 08:05link do post | comentar

 

O Orçamento do Estado de 2012 será aprovado, como sempre, pelo bloco central de interesses; desta vez, com os votos favoráveis da maioria e a cumplicidade do Partido Socialista, que assim patrocina, de forma envergonhada, um Orçamento que tanto critica.

A viabilização dos orçamentos de Estado, nos últimos anos, é uma tradição que sempre se cumpre. A pretexto dum exaltado sentido de responsabilidade, o unanimismo tem sido prática neste Parlamento, que faz lembrar a união nacional fascista.

Foi já com um "profundo sentido de Estado" que Manuela Ferreira Leite aprovou o orçamento de Sócrates, com os resultados catastróficos que se conhecem.

Foi ainda com base neste padrão de comportamento político que o PSD permitiu que Sócrates se mantivesse no poder, implementando os seus orçamentos e os sucessivos planos de estabilidade e crescimento, que apenas geraram instabilidade e não trouxeram qualquer crescimento.

Mudou o governo, mas mantém-se a lógica duma democracia incompleta, em que a oposição é coxa. O PS não constitui alternativa.

Comunistas e Bloco de Esquerda assumem-se como partidos de protesto, por razões de táctica eleitoral, para manterem o seu nicho de mercado político.

O Partido Comunista porque o seu eleitorado é demasiado ortodoxo e não pode contaminar-se com as políticas ditas de direita. O Bloco porque os seus apoiantes de classe média e idade também média se contentam em simular irreverência, para assim aliviarem a sua consciência.

Se governo e principal oposição coincidem nas opções, há alternância no poder, mas não há alternativa nas políticas.

As eleições servem então para quê? Apenas pa-ra decidir quem são os accionistas minoritários e maioritários do Estado português.

Os eleitores estão agora condenados a ter o PSD no poder, apoiado nessa muleta que é o CDS, e o Partido Socialista como conivente.

Em Portugal, instalou-se uma unicidade partidária doentia, abençoada pelo Presidente da República. O sistema político-partidário da terceira república esgotou-se.

Por:Paulo Morais, Professor Universitário, C. Manhã

 


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Tão querido :')Beijinhos