Ao destino ninguém foge: vai cumprir-se o ideal - um tempo novo paira...
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Jul 11
publicado por José Carlos Silva, às 16:34link do post | comentar

 

Nuno Crato não está parado. Está muito ativo a ouvir especialistas e a ponderar o desenho de uma avaliação de desempenho que seja séria, tenha consequências, não implique burocracia exagerada e tenha uma forte componente externa.

Para ser séria, a avaliação de desempenho tem de centrar-se em dois pilares: a observação sistemática de aulas e a ponderação da evolução dos resultados dos alunos nos exames. Não sei se Nuno Crato tenciona incluir estas duas dimensões na reformulação da avaliação de desempenho nem em que moldes o vai fazer. Mas uma coisa eu sei: sem observação sistemática de aulas não há forma de avaliar o trabalho de um professor. Também sei que não é necessário proceder a observações sistemáticas de aulas em todos os ciclos de avaliação. Podem ser identificados ciclos considerados críticos: por exemplo, durante os primeiros três anos de exercício, no décimo ano, que é a altura em que os estudos dizem que os professores atingem o topo da qualidade do desempenho, e depois, de dez em dez anos, até ao final da carreira docente.

Para ser rigorosa, não pode ser feita por colegas da mesma escola do avaliado. Quando se fala em dimensão externa, está-se a querer dizer que a intervenção ao nível da observação de aulas tem de ser feita por um professor do mesmo grupo de recrutamento do avaliado mas pertencente a outra escola e com formação especializada em supervisão. Mas é preciso mais:

Para que a avaliação de desempenho tenha consequências na melhoria da qualidade do ensino e seja um fator de pressão na melhoria da prestação do serviço educativo, a evolução dos resultados dos alunos nos exames e provas nacionais tem de ser ponderada. E é por isso que os exames a matemática e a português serão uma realidade no sexto ano, no próximo ano letivo. E com peso na classificação final.

Nuno Crato está consciente de tudo isto e sabe o que quer fazer. Falta-lhe apenas desenhar os procedimentos para que possa, em breve, negociar com os sindicatos as propostas que tem vindo a construir com a ajuda de alguns especialistas. E é por isso que o destino dos projetos de lei do PCP e do BE para suspender a avaliação do desempenho têm o destino marcado: o chumbo.

Enganam-se portanto os que interpretam o silêncio de Nuno Crato como sinal de desorientação ou falta de conhecimentos. E quanto à chamada subjugação do ministro ao poder do sistema, podem estar descansados os críticos de que tal não acontecerá. É precido dar algum tempo. As decisões em matéria de redução do peso das estruturas do ME serão tomadas logo que esteja aprovada a lei orgânica.

A reforma curricular está a ser estudada e ponderada e será apresentada aos sindicatos e à discussão pública a tempo de ser realizada em 2012/2013. Convém não esquecer que, desta vez, a legislatura é de quatro anos e não existe na presidência da república um Sampaio para a interromper antes do tempo de ela acabar.

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